terça-feira, 2 de agosto de 2011

E é só o começo de agosto

Eu estava ali, sentado no escuro, mais uma vez remoendo as minhas magoas. Não sei porque, mas não caiam mais lagrimas, faz tempo que não caem. Elas ensaiam uma queda, um tombo muito sério. Mas não caem, se recusam. Talvez homem não chore mesmo, e talvez agora não seja mais tão menino.
Nisso tudo, eu invoco Deus, minha dor, minha angustia, minha perca, meu pesar. Será que Deus me ouviu, será que ele vem me consolar? Será que ele vem fazer tudo dar certo? Isso me corroe, me faz pensar...
Falta fé, falta força, falta tudo. Isso ocorre porque em mim ainda vive um fraco, um espirito moribundo, que desiste na primeira barreira que encontra. É dificil admitir sua fraqueza, e admiti-la não te faz forte como pregam por aí.
Mas é verdade, me tiraram tudo, ou me tiraram tudo que me importa. E nas minhas dubias palavras não há conforto, e nas minhas desesperadas orações só há pesar. E assim me torno, denovo, alguém com o espirito pobre e amargo. Meu sorriso ainda está lá, facil. Pode ir olhar.
Mas minh`alma doi, se retorce e me faz querer...Piedade. Só piedade por toda essa fraqueza.

E talvez alguma força... Já que as minhas se foram faz tempo.

Dificil é pensar que é só o começo de agosto.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sobre o que eu também não entendo

Hoje me veio uma idéia na cabeça. Talvez o objetivo real da vida não seja o amor em si, mas sim ter a quem amar e ser amado em troca. Pare para pensar por um instante nas coisas mais importantes da vida. Familia? Amigos? Romances?
Todas essa relações são baseadas nisso, no amor. Mas me parece que, em geral as pessoas parecem confundir do que se trata o amor. Não, caro leitor, não se trata daquele sentimento mágico que torna tudo perfeito, isso é paixão, dura pouco. O amor, talvez, esteja mais pra persistencia. Eu sempre digo, amar e ser amado implica em machucar e ser machucado. Não tem pra onde fugir.
Tome como exemplo sua relação com seus pais. Nem tudo são flores certo? Há brigas, depois há perdão, depois há felicidade, sorrisos, carinho. Há amor. Todos nós brigamos, desdenhamos, nos irritamos entre outros com nossos pais em alguns momentos. Alguém não ama eles? As unicas pessoas que me falaram isso foram as que desistiram de ama-los. Entende? Faltou persistencia.
Assim penso também do “amor romantico”. Sempre vai haver um tempo em que tudo são flores, e tudo é perfeito, e a paixão vai ser viva, ardente. Mas vai passar. E depois que o encanto se quebra e você se depara com alguém cheio de defeitos, medos, anseios? Você vai fugir? Viver de paixão em paixão? Existem algumas alternativas, nenhuma que considere muito saudavel. Caso você, leitor, considere que ama alguém em sua vida, persista. Essa é a essencia de todo o ato de amar, a persistencia. Mas só enquanto houver vontade. Se um dia a vontade de estar com essa pessoa, de falar com essa pessoa se esvair, então continuar é só se prender a algo inutil.
Logo, acredito que o “amor da sua vida” é aquela pessoa que enxerga suas falhas, mas nunca cansa de perdoa-las. Então, caso você, amor da minha vida, esteja lendo. Saiba, que sou cheio (mesmo) de falhas, mas se você não fugir, se você me amar e se deixar ser amada, vou te fazer a mulher mais feliz do mundo. Pode acreditar.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Eu e os últimos dias.

Sabe, eu nunca fui muito do tipo apegado. Eu sempre falei para a maioria das pessoas que iria sentir saudades, ou algo parecido, muito mais numa tentativa de não as fazer infelizes. Aquelas pequenas mentiras que usamos para preservar os sentimentos alheios. Afinal, ninguém tem culpa de eu ser um esquisito que só entende o que o sentimento saudade significa depois da partida.

Eu não chorei quando fui embora de casa, não chorei quando sai de viçosa. Não chorei por uma porção de coisas, e chorei por outro tanto de coisas, provavelmente vou chorar por muito mais coisas. Não chorei hoje, mas sinto que deveria. É, se tem alguma coisa que odeio e que me faz ter vontade de chorar são ultimos dias.

Eu não faço idéia do que as pessoas pensam quando ouvem a expressão “ultimo dia”, talvez algo mórbido. Eu penso em ultimo dia de aula. Eu sempre adorei a ultima semana de aula, a gente fazia muita pouca coisa, combinava planos pras férias, entre outros. Mas o ultimo dia... Ah... Esse eu não gostava. Minha turma não era muito unida, mas nos ultimos dias de aula, a gente sempre saia junto, ria e brincava. Depois daquilo tudo todos iam para casa. E aí me vinha os pensamentos que sempre me fizeram odiar ultimos dias.

Ultimo dia significava que não havia mais nada a ser feito naquele ano letivo, significava que talvez pessoas importantes e divertidas fossem e nunca mais voltassem, significava que o que estava feito estava feito. Não havia como fazer mais amigos, melhorar minhas notas, falar para aquela menina que eu gostava o que eu sentia. Ultimo dia de aula significava que naquele ano letivo, não tinha como ser melhor. E para mim, perfeccionista (de um jeito bastante diferente) como sou, era o caos. O que me consolava era que no proximo ano haveria mais um ano de aulas pela frente. E tudo recomeçaria. Uma nova chance para ser melhor.

Mas as vezes vem um ultimo dia que não abrirá luz para uma nova chance, em que realmente não haverá como ser melhor. Ultimo dia de uma amizade, ultimo dia de aula no terceiro ano, últimos dia fazendo algo que amava, ultimos dias... Passei por muitos. Alguns doeram, outros eu nem senti, mas nunca gostei de pensar que não haveria volta, mesmo sabendo que realmente não haveria. Então quando esses dias ocorrem, eu prefiro só evitar pensar. Mas não hoje.

Hoje, meus caros, foi o ultimo dia em que morei com minha irmã em Viçosa. A não ser que a vida me dê uma infeliz ( e ao mesmo tempo grata) surpresa, este é um ultimo dia sem volta. Hoje eu acordei muito tarde, eu tinha que ir a aula, ela ao salão. Cheguei em casa já a noite. Sai apressado pro treino, ela ficou comendo um hamburguer. Voltei, tomei um banho, levei ela na rodoviaria. Dei um abraço rapido, não queria me prolongar. Seria só doloroso.

Nesses dois anos, eu não teria como dizer se fui um bom irmão. Acho que acertei e errei muito. Nós dois, penso eu. Mas eu queria registrar, ao menos uma vez, que até hoje, este é o ultimo dia mais profundamente triste da minha vida. Quem sabe o quanto eu e Késia somos próximos, entende isso. Afinal, fora as férias, este é provavelmente o ultimo dia que moramos juntos.

Que bom que sempre vai existir o nosso Porto Seguro.

Késia, eu já estou com saudades, e não to escrevendo isso para preservar seus sentimentos. Acho que é para demonstrar os meus.

É...Eu chorei.